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domingo, 4 de novembro de 2012

. Parei eu

Eu queria conseguir colocar em palavras cada milímetro de sentimento que habita dentro de mim.
Penso em sons e divagações aleatórias mas tudo acaba ficando pelo meio do caminho.
Assim como você ficou.
Suspiros de um aperto no peito que parecia não terminar.
Passos pela casa para lá e para cá.
Mas cadê que achei as palavras para dizer, para falar aquilo tudo que explode por dentro de mim?
Então, silencio.

Talvez se os momentos não existissem esporadicamente, eu não precisaria pensar em como expressá-los.
Eu quase culpo ter aceito acontecer.
Eu quase culpo você.

Em um rompante de lucidez me desfaço de você.
É quando lembro que a "culpa" não é de "você".
Mas sim de todos os "nãos"e "talvez" que deixei por aí.

Todos se acumularam em volta de mim.
E então eu volto à você.
Mas as palavras não vem. O sentimento não cabe. A afobação se mantém.

Percorro todas as horas do meu dia em contínuo slow motion.
O sentimento da não-definicão me persegue.
Passo o tempo com minha procrastinação.
As palavras não dizem o emaranhado de "tudos" que aqui residem.
Eu persisto no talvez, no meio da certeza, na metade do não.
O mundo caminha.
Parei eu.