Os dias andam passando lentamente.
De uma lentidão agoniante.
O tempo parou? Ou parou eu?
É uma suspensão necessária.
De alguma forma eu tinha em mente que seria assim.
Limpeza do todo, desfoco do centro.
Então os detalhes mudam. A base permanece.
E aí eu lembro que eu preciso focar.
Perdendo-me como de costume, fluindo para mais conhecimento.
Mais e mais.
Tem limite de saber? Tem limite de suporte emocional de tanto saber?
Não sei.
Separo-me dos vícios, me afasto dos jogos do ego.
E aí percebo que estou anos luz à sua frente.
Até penso em explicar. Mas você não vai entender.
Pelo menos não agora.
Esse panorama pra mim é bem claro.
Embora tente mudar, não vejo muita saída.
Quem sabe um dia? Quem sabe algum dia.
Por hora permaneço me puxando para o centro.
Equilibrando os copos.
Refazendo as verdades, administrando os desequilíbrios alheios.
E quanto mais caminho, mais difícil a tarefa se torna.
Eu corro muito à frente, é rápida a evolução.
Como um astronauta que volta pra casa e não se adapta à rotina de sempre.
Eu corro muito rápido.
Por isso a paciência tem sido o meu maior desafio.
Tudo bem.
Eu tô contando os dias pra minha grande evolução pessoal.
E disso, muito vai ficar para trás.
Enquanto isso, eu vou seguindo.