Abandonei ( mais uma vez) os velhos hábitos.
Que um dia foram novos.
Tudo bem. É tudo sempre assim.
A pipoca da esquina não me apetece mais.
Os gritos de intolerância eu também não ouço mais.
A auto-afirmação e o desejo de aceitação que eu vi nas pegadas da multidão, eu não vejo mais.
Canto alegremente, tomo o meu tempo e vivo cada segundo por vez.
Desgarrei dos sentimentos de controle que prendiam os meus pés.
E não é que o panorama ficou mais limpo e amplo?
Se de cada momento, se de cada lágrima derramada aprendemos e nos reinventamos...
Então, a pancada agora virou um tapa singelo e carinhoso.
Eu não gosto mais do que gostava antes.
Eu não vejo as pedras que eu via antes.
O etéreo ficou mais interessante.
A visão daqui é mais aconchegante.
Me jogo na rede, sinto o clima, deixo a onda passar.
Não tenho pressa de chegar do outro lado.
Controlo a respiração, prendo os cabelos.
Engatinhar ficou fácil, ultrapassar é necessário.
Ah, aonde foram parar meus chinelos?
Descanso daqui e vivo por aqui.
O agora é assim, tão fácil quanto feliz.
Como diria o ciclo da vida: "para todo fundo de poço, uma borboleta."
Sou feliz assim, errante assim.