Páginas

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Mensageiro único

Eu me acostumei a ver pelas janelas de vidro fumê.
Olho por todas as pequenas frestas e vejo todos os acontecimentos.
As novidades de amigos com aroma de jasmin. Passo a passo, eu toco cada frase do novo presente, cada novo respiro, novos planos, novos sonhos.
Eu posso vê-los correr ao meu redor.
Milhares de frames de várias existências passam simultaneamente por mim.
Cada centímetro, cada milímetro do andar, do pensar, do querer.
Amigos do presente, amigos do passado.
Estou logo aqui, a uma centelha de idéia atrás de você.
Eu observo.Tudo. 
Esse papel me pertence.
Será sempre assim?

Olho pra dentro, sinto sua energia.
Peço que enfrente, peço que não desista.
É a sensatez que me consola.
Deitada e quieta, são as suas mãos que me afagam.
Refugio-me em mim. Amparo à mim.
Será sempre assim?

Sentada no topo do prédio, eu permaneço.
Respiro ares alheios, meço palavras de ternura, espero a minha hora.
Esse papel me pertence.
Será sempre assim?